terça-feira, 19 de agosto de 2014
Título: Assassinatos na Academia Brasileira de Letras
Autor: Jô Soares
Editora: Companhia das Letras
Ano: 2005
ComprarNos seguintes sites: Americanas, Submarino, Livraria Saraiva, Livraria Cultura e Livraria Folha.

Resenha:

Bela homenagem a cidade do Rio de Janeiro da primeira metade da década de 20. Nos revelando lugares que hoje são referencias da cidade. Mas que naquele período eram novidades, pois acabavam de ser inauguradas, se é que em determinadas situações posso usar o termo “inaugurar”...rs

Já vou avisando não sou especialista em Nelson Rodrigues, mas consegui identificar em duas passagens, que Jô, faz uma singela homenagem a Nelson. Não posso descrever-las, porque senão perderia totalmente a graça e o contexto que elas são inseridas. Agora se alguém, alguma vez, leu um livro de Nelson Rodrigues vai conseguir identificar as ditas passagens, porque são características básicas dos textos de Nelson.

Jô faz menções a vários personagens reais que viveram naquela época. E além disso, homenageia autores da literatura brasileira, colocando seus nomes em personagens fictícios.

É um livro tão Brasil, que nos trás, certo conforto. Talvez tenha lido muita literatura estrangeira nos últimos meses. E agora, enquanto lia me senti orgulhosa da estória e da brasilidade do texto. Parece loucura da minha parte, mas é a verdade.

Ok!!! Depois dos meus sentimentos verde e amarelo. Vamos realmente ao que interessa. Fiquei chocada com a armadilha que me fez cair ingenuamente. Porque de cara suspeitei do assassino, mas com maestria o autor nos faz descartar essa possibilidade.

Ainda assim, fico bravíssima comigo mesma, porque uma leitora assídua dos livros do magnífico Sir Arthur Conan Doyle, onde meu personagem preferido Sherlock Holmes, sempre diz que não devemos subestimar o adversário. E não só subestimei o assassino como a inteligência do autor.

E para me jogar tudo isso na cara. O comissário Machado Machado, recita uma frase clássica de Holmes: “Quando você eliminou o impossível, o que resta, por mais improvável que pareça, tem que ser a verdade.”

Com isso encerro minhas divagações. 

Ótimo livro, história deliciosa, brasilidade a toda prova.

RECOMENDADÍSSIMO!!!




Contra Capa:

O jornal O Paiz estampa na primeira página: a cidade vai ganhar um Cristo Redentor, encarapitado no alto do Corcovado. Na Urca, um cassino recém-construído promete se tornar um grande centro de agitação social. O Copacabana Palace, também novinho em folha, já recebe em seus salões as mais altas (e patéticas) figuras da República.

Tudo parece muito bem no Rio de Janeiro de 1924 - menos para os imortais da Academia Brasileira de Letras, que começam a cair inexplicavelmente mortos, um a um. As pistas até o assassino estão nas páginas deste romance, uma deliciosa incursão pelo Rio dos anos 20, que Jô Soares conhece tão bem quanto a arte de fazer rir - e de surpreender, como fazem os autores de crimes perfeitos.



Sinopse:

A princípio aquilo parecia um paradoxo ou uma brincadeira de mau gosto: durante seu discurso de posse, o senador Belizário Bezerra, o mais novo imortal da Academia Brasileira de Letras, caiu fulminado no salão dp Petit Trianon. A morte de outro confrade, em circunstâncias semelhantes - súbita, sem sangue e sem violência aparente - trouxe uma tensão inusitada para a tradicionalmente plácida casa de Machado de Assis: um serial killer literário parecia solto pelo pacato Rio de Janeiro de 1924, e não estava pra brincadeira. Queria ver mortos todos os imortais.

Os "Crimes do Penacho", como a imprensa marrom apelidou a série de assassinatos, despertaram a curiosidade do comissário Machado Machado, um tipo comum na paisagem carioca não fosse o indefectível chapéu-palheta, a pinta de sedutor irresistível e a obstinação em provar que aquelas mortes jamais poderiam ser coincidências.

Em sua investigações, que serpenteia entre um chope e outro no Café Lamas, reduto de intelectuais e jornalistas, uma visita ao teatro São José (mais precisamente ao camarim da deslumbrante Monica Margot, a estrela da peça Alô... Quem fala?), uma passada no cemitério São João Batista e outa na Lapa, Machado Machado se vê às voltas com uma fauna exótica e muito particular.

Os suspeitos estão em toda parte: políticos, jornalistas, religiosos, nobres falidos, embaixadores, crupiês, poetas maiores e menores, homens de letras, magnatas da imprensa, alfaiates e atrizes francesas, quase todos com um pendor inescapável para o assanhamento e a malandragem. 

Assassinatos na Academia Brasileira de Letras combina o sabor da prosa de Jô Soares a uma pesquisa histórica que reconstitui nos mais ricos e engraçados detalhes um Rio de Janeiro que até agora não estava nos livros: parecia estar apenas na memoria de quem o viveu.

Como quem não quer nada, Jô mistura erudição e humor, texto e imagens, suspense e comédia de costumes - fórmula secreta que, na mão dos grandes autores, garante a marca da melhor literatura.

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